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O que é o TEA, como diagnosticar e sua evolução ao longo do tempo.

  • Foto do escritor: Daniel Barboza Salvador
    Daniel Barboza Salvador
  • 3 de abr.
  • 4 min de leitura

Se você chegou até aqui com dúvidas basilares sobre o TEA, seja bem-vindo(a). Este texto faz parte de uma série especial sobre o autismo, escrita especialmente para o Abril Azul, nossa campanha anual de conscientização sobre o transtorno. Se você tiver interesse, vale a pena conferir os demais artigos, todos escritos de forma didática para você que procura uma fonte confiável para entender melhor sobre ele. 


Agora, vamos entender melhor o que é o TEA, como é feito o diagnóstico e sua trajetória ao longo dos anos.


Boa leitura. 


O que é o TEA?

O que é o TEA?
Fonte: Canva.

De forma didática, o Transtorno do Espectro Autista, o TEA, amplamente conhecido como autismo, é definido pelo DSM-5 como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. 


Seus sintomas se manifestam desde a primeira infância e podem impactar significativamente o funcionamento diário do paciente. Já na fase adulta, sem tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida do paciente, este adulto pode crescer frustrado pessoal e profissionalmente, e com limitações na autonomia.  


Isso significa que se você tem dificuldades para sentir empatia, ou para se comunicar verbalmente ou manter relacionamentos duradouros, você é autista? Não necessariamente, porque nenhum sintoma é lido de forma independente. 


Como diagnosticar?

Como diagnosticar?
Fonte: Canva.

Existem 5 principais critérios para diagnosticar o TEA:


1) Déficits persistentes na comunicação social e na interação social


Em múltiplos contextos, conforme manifestado por todos os seguintes aspectos, atualmente ou por história prévia: 


a) Déficits na reciprocidade emocional; 

2) Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social; 

3) Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos.


2) Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades


Conforme manifestado pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou por história prévia: 


a) Movimentos motores, uso de objetivos ou fala estereotipados ou repetitivos; 

b) Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal;

c) Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco;

d) Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente. 


3. Sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento 


Porém, não podem se tornar plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida.


4. Sintomas causam prejuízos clinicamente significativos no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo presente. 


É necessária uma avaliação para entender o impacto integral dos sintomas na vida do paciente.


5.Essa perturbações não são mais bem explicadas por transtorno do desenvolvimento intelectual ou por atraso global do desenvolvimento


Transtorno do desenvolvimento intelectual ou transtorno do espectro autista costumam ser comórbidos; para fazer o diagnóstico da comorbidade de transtono do espectro autista e transtorno do desenvolvimento intelectual, a comunicação social deve estar abaixo do esperado para o nível geral do desenvolvimento.


Um dos principais recursos usados para diagnosticar o TEA na atualidade é a avaliação neuropsicológica: um exame realizado por um(a) psicólogo(a) especialista em neuropsicologia, com o objetivo de investigar e descrever o perfil cognitivo do(a) paciente. Esse processo avalia possíveis alterações cognitivas associadas às desordens neuropsicológicas e outros transtornos, auxiliando no diagnóstico e no planejamento terapêutico.


Convido você a entender melhor sobre a importância da avaliação neuropsicológica clicando aqui.


Qual a história do TEA?


Qual a história do TEA?
Fonte: Canva.

O reconhecimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) evoluiu ao longo das décadas, desde a primeira descrição feita pelo psiquiatra Leo Kanner, em 1943, até a reformulação dos critérios diagnósticos no DSM-5, em 2013. Inicialmente, o autismo foi considerado um subgrupo da esquizofrenia infantil e apenas em 1981 a psiquiatra Lorna Wing introduziu a ideia de um espectro. Com o avanço das pesquisas, os critérios diagnósticos foram sendo refinados, culminando na padronização entre o DSM-4 e o CID-10, em 1994.


A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a importância da conscientização sobre o autismo e, em 2007, instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. O Brasil adotou a data oficialmente em 2018 e, antes disso, criou a Lei Berenice Piana (12.764/12), que estabeleceu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Essa legislação garantiu que indivíduos com TEA fossem reconhecidos como pessoas com deficiência, assegurando-lhes direitos fundamentais.


A proteção legal às pessoas autistas foi reforçada em 2015 com a promulgação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.145/15), que criou o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Esse marco garantiu avanços na acessibilidade, combate à discriminação e atendimento prioritário. Além disso, em 2020, foi sancionada a Lei Romeo Mion (13.977/20), que instituiu a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), facilitando o acesso aos direitos estabelecidos na Lei Berenice Piana.


O DSM-5 consolidou, em 2013, todas as subcategorias do autismo sob o diagnóstico único de Transtorno do Espectro Autista (TEA), classificando os indivíduos conforme o nível de suporte necessário. Essas mudanças, aliadas às leis e políticas públicas criadas nos últimos anos, refletem os avanços na compreensão e no reconhecimento dos direitos das pessoas autistas, promovendo maior inclusão e acessibilidade.


O estudo do TEA continua evoluindo e trazendo novas perspectivas para melhorar a vida das pessoas autistas. Sentiu falta de alguma informação ou ficou com alguma dúvida? Meu consultório está de portas abertas para novas consultas. Espero por você! 



Com informações do DSM-5 e autismoerealidade.org.br.


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